Fortaleza recebe a partir de 08 de agosto na Caixa Cultural, a exposição Gold – Mina de Ouro Serra Pelada, do premiado fotógrafo mineiro Sebastião Salgado (1944-2025). A mostra reúne 54 imagens emblemáticas registradas na década de 1980 no maior garimpo a céu aberto do mundo. O projeto tem patrocínio da CAIXA e do Governo Federal e a entrada é gratuita.
No dia da abertura, na sexta-feira (08), às 19h, será realizado um bate-papo com o produtor Álvaro Razuk, conhecedor da obra de Sebastião Salgado. As fotografias retratam o cotidiano da mina de Serra Pelada, localizada em Curionópolis, na região da Amazônia Paraense, onde foram extraídas toneladas de ouro ao longo de mais de uma década de exploração.
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Sebastião Salgado permaneceu um mês no garimpo, registrando cenas impactantes, composta por trabalhadores vindos de todas as regiões do país. As imagens capturam não apenas o esforço físico, mas também a esperança, a luta e as consequências sociais e ambientais desse capítulo importante da história recente do Brasil.
As fotografias revelam a dura realidade enfrentada por milhares de homens que, movidos pela chamada “febre do ouro”, enfrentaram condições extremas de trabalho e sobrevivência, em condições precárias. No auge do garimpo, cerca de 50 mil garimpeiros ocuparam o local.
A exposição tem curadoria e design de Lélia Wanick Salgado, parceira de longa data do fotógrafo, responsável pela organização e edição das obras. Lélia é cofundadora da agência Amazonas Images e do Instituto Terra, entidade dedicada à recuperação ambiental do Vale do Rio Doce.
Como parte integrante da programação, no sábado (09), às 10h, o produtor Álvaro Razuk ministra palestra sobre aspectos técnicos e artísticos da exposição e sobre o projeto de Sebastião Salgado que registrou o garimpo. Em seguida, haverá uma visita guiada conduzida pelo próprio produtor, com participação mediante inscrição prévia gratuita pelo site da CAIXA Cultural.
Quem foi Sebastião Salgado
Nascido em 8 de fevereiro de 1944 e falecido em 23 de maio de 2025, aos 81 anos, Sebastião Salgado formou-se em economia e, em 1973, iniciou sua carreira na fotografia, vindo a tornar-se um dos mais reconhecidos fotógrafos documentais do mundo. Ao lado de Lélia Wanick Salgado, desenvolveu projetos fotográficos de grande escala, publicados em livros como Other Americas (1986), l’homme en détresse (1986), Workers (1993), Genesis (2013), além de exposições que percorrem o mundo.
Em 2013, foi lançado o livro De ma terre à la Terre (Da minha terra à Terra), sobre sua vida e carreira, escrito por Isabelle Francq. Em 2014, o documentário The Salt of the Earth (O sal da terra), codirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, foi premiado em Cannes e indicado ao Oscar de melhor documentário em 2015. Recebeu importantes reconhecimentos, como o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes, a Legião de Honra (da França) e uma cadeira na Academia Francesa de Belas Artes.
Seu trabalho mais recente retrata a Amazônia brasileira e seus habitantes, destacando as ameaças enfrentadas pelas comunidades indígenas devido à exploração ilegal de recursos naturais. Salgado também é conhecido pelo seu compromisso ambiental, tendo fundado, em 1998, com Lélia o Instituto Terra.
