Teve início, neste domingo (20), em Viçosa do Ceará, a 20ª edição do Festival Mi – Música na Ibiapaba, um dos maiores e mais tradicionais encontros de formação musical do Brasil. Realizado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), o evento segue até o próximo sábado (26) e reúne cerca de 700 alunos que participam de oficinas gratuitas conduzidas por 40 professores, entre músicos e educadores experientes, que abordam uma grande diversidade de estilos musicais e técnicas da rica cultura brasileira.
A programação de abertura contou com um cortejo das bandas municipais de São Benedito, Ibiapina e Guaraciaba do Norte pelas ruas do Centro Histórico, que animou moradores e visitantes. Em seguida, a Companhia Itinerante de Malabares apresentou um espetáculo circense na Praça General Tibúrcio, encantando o público com suas performances. No Palco da Matriz, o show “Essa Maré”, do carioca Luiz Otávio, um dos docentes do festival, abriu a noite musical.
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Para fechar o primeiro dia em grande estilo, o pianista pernambucano Amaro Freitas apresentou o seu repertório inovador e cativante para uma plateia lotada, composta por estudantes, moradores locais e turistas. Entre as apresentações, foi realizada a solenidade oficial de abertura, com a presença da secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela, do prefeito Eurico Arruda, da vice-prefeita Luzanira Rocha, além de coordenadores do festival e representantes de instituições parceiras.
Viçosa do Ceará se transforma durante uma semana em um polo musical, com 67 oficinas e atividades que ocupam escolas, teatros, ruas e praças da cidade. São aulas de canto, instrumentos variados, regência, composição, acessibilidade, arte-educação e criação musical, além de práticas em grupo e oficinas optativas. Um dos grandes diferenciais do Festival Mi é o foco na acessibilidade cultural, com ações específicas para pessoas autistas, cegas e surdas, envolvendo oficinas, material didático adaptado e professores especializados. Pessoas com deficiência também participam da organização, produção e ensino durante o evento, reforçando o compromisso com a inclusão.
Participantes como Wenderson Sousa, músico e professor da Banda Mestre Milton Gomes, de Acaraú, destacam a importância do festival para a formação e atualização profissional. “Além da experiência de conhecer gente nova e novos repertórios, o festival é uma oportunidade única para quem quer evoluir musicalmente”, afirma Wenderson, que retorna ao evento após 13 anos. Estudantes iniciantes como Maria Clara Pacheco, de 15 anos, também chegam com expectativa para aproveitar o aprendizado e a convivência com outros jovens músicos.
Além das oficinas, o Festival Mi traz shows diários com artistas locais e nacionais, que acontecem no Palco da Matriz e, a partir do meio da semana, no Palco Feira Mi, localizado na Feira Mi Empreendedora. O evento também promove rodas de som espontâneas entre alunos e professores, que são momentos de troca, experimentação e descobertas musicais. Com 20 anos de história, o Festival Mi reafirma seu papel fundamental no fortalecimento da cultura musical no Ceará e no Brasil, revelando talentos, valorizando profissionais da cadeia produtiva da música e aproximando a comunidade das artes.