A coleção de 60 imagens permanecerá na Casa da Cultura, de 24 de julho a 24 de setembro, com visitação gratuita
O olhar humanista de Sebastião Salgado, um dos maiores fotodocumentaristas do mundo, será exposto pela primeira vez em Sobral. A mostra Êxodos retrata a história de fuga de pessoas que, pressionadas por circunstâncias históricas, deixaram para trás a cidade natal. Em geral, são migrantes, refugiados ou exilados que tentam escapar da pobreza, da repressão ou da guerra.
Para realização de Êxodos, o fotógrafo percorreu 40 países durante seis anos e registrou a parte da humanidade que fez do êxodo uma opção de vida. A exposição, que conta com a curadoria de Lélia Deluiz Wanick Salgado, fica aberta para visitação gratuita de 24 de julho a 24 de setembro de 2018, de terça-feira a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 21h e sábado das 17h às 21h, na Casa da Cultura de Sobral.
Êxodos é uma história reveladora, que retrata pessoas que abandonam a terra natal contra a própria vontade. “Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes”, define Salgado.
A coleção com 60 pôsteres que compõe essa exposição foi doada por Lélia Wanick e Sebastião Salgado ao Instituto Terra, ONG ambiental que o casal fundou em 1998, em Aimorés (MG). Êxodos já esteve em cartaz em cidades como Salvador, Recife, Curitiba, Brasília, Fortaleza e chega agora em Sobral por meio da Prefeitura de Sobral, através da Secretaria da Cultura, Juventude, Esporte e Lazer – Secjel e Instituto Ecoa.
A mostra é dividida em cinco principais temas: África; Luta pela Terra; Refugiados e Migrados; Megacidades; e Retratos de Crianças. São imagens impactantes que retratam a fuga de migrantes, refugiados e pessoas deslocadas em diferentes pontos do mundo; a tragédia sem paralelo da África; o êxodo rural, o conflito de terras e a urbanização caótica na América Latina; imagens das novas megalópoles asiáticas e, em cada uma dessas situações extremas, o registro daquelas que, mesmo envoltas no caos, mantêm viva a chama da esperança e da dignidade humana: as crianças.
Talento reconhecido
Sebastião Salgado nasceu em 1944, em Aimorés, Minas Gerais. Economista de formação, começou sua carreira de fotógrafo em Paris, em 1973. Trabalhou sucessivamente com as agências Sygma, Gamma e Magnum Photos até 1994, quando, ao lado de Lélia Wanick Salgado, sua diretora artística, fundou a agência de fotografia Amazonas Images, que se tornou a base de todas as atividades inerentes ao seu trabalho.
Salgado esteve em mais de 100 países para projetos fotográficos que, além de inúmeras publicações na imprensa, foram apresentados em forma de livros e exposições apresentadas em museus no mundo inteiro, tais como: Outras Américas (1986), Sahel, l’Homme en détresse (1986), Trabalhadores (1993), Terra (1997), Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo (2000), África (2007), e Gênesis (2013). O livro mais recente, Perfume de Sonho, é fruto de uma viagem ao mundo do café (2015).
Sebastião Salgado recebeu inúmeras honrarias por seu talento e sensibilidade ao registrar o mundo e a humanidade. É embaixador de Boa Vontade da UNICEF; membro honorário da Academy of Arts and Science dos Estados Unidos; recebeu a comenda da Ordem do Rio Branco, no Brasil; e é Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres, pelo Ministério da Cultura e da Comunicação da França.
Em 13 de abril 2016, foi eleito membro da Académie des Beaux-Arts de l’Institut de France, assumindo a cadeira ocupada anteriormente pelo fotógrafo Lucien Clergue.
Instituto Terra
ONG ambiental fundada por Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado em 1998, no município de Aimorés-MG, o Instituto Terra atua na recuperação da Mata Atlântica, na proteção de nascentes, na educação ambiental e pesquisa científica aplicada, bem como na promoção do desenvolvimento sustentável do Vale do Rio Doce.
A experiência bem-sucedida de recuperação ambiental promovida em sua sede, na RPPN Fazenda Bulcão, está sendo replicada em municípios do Espírito Santo e de Minas Gerais, e já soma mais de 7,5 mil hectares de áreas degradadas de Mata Atlântica em processo de recuperação na região, além da proteção de milhares de nascentes na Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
Em reconhecimento ao trabalho desenvolvido no Instituto Terra, em 2012, Sebastião e Lélia receberam o Prêmio e. Instituto e, UNESCO Brasil e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, e também o Prêmio « Personalidade Ambiental », WWF-Brasil. Mais informações em www.institutoterra.org.