Resultado do Atelier de Formação da Bienal, a teleperformance “Imediações” será apresentada nesta terça e quarta, dias 9 e 10, às 21 horas no canal da Bienal no YouTube. O evento acontece até domingo (14 de março).
Uma ação artística, que nasce do encontro das linguagens das artes cênicas com as linguagens das imagens em movimento, hibridizando-as, introduzindo dois objetos distintos, um ao vivo e outro gravado. Assim pode ser definida a teleperformance, linguagem que o pesquisador e artista italiano Armando Menicacci trabalhou no Atelier de Formação da 7ª Bienal Internacional de Dança do Ceará / De Par Em Par. A atividade resultou em “Imediações” trabalho que será apresentado nesta terça e quarta-feira, dias 9 e 10, às 21 horas, no canal da bienal no YouTube.
Além das apresentações de teleperformance, a 7ª De Par Em Par segue até domingo, dia 14, com programação gratuita, online, no YouTube. Diariamente, às 15h, acontece o Seminário TEPe, um projeto de diálogo de cooperação entre pesquisadores brasileiros e portugueses. Das 18h às 21h, a mostra Redes Confluentes reúnesete mostras de videodança agregando artistas de todos os continentes.
Essa programação que acontece até o dia 14 é o primeiro momento desta edição da 7ª Bienal De Par Em Par. As apresentações que seriam transmitidas ao vivo, em realidade virtual nesse mesmo período foram adiadas devido ao lockdown e serão realizadas posteriormente, em data a confirmar.
TELEPERFORMANCE
O atelier de formação “Presença à Distância”, acerca da teleperformance e live streaming, foi realizado de 22 de fevereiro a 05 de março de forma online, com Armando Menicacci em Montreal, no Canadá, e os alunos no Ceará e em estados como Bahia, Goiás, São Paulo e Santa Catarina. Em Montreal, onde mora, Menicacci é membro do grupo estratégico canadense Hexagram. Suas criações foram expostas na França, Itália, Espanha, República Tcheca e seus projetos expográficos são desenvolvidos na Europa, África, América do Norte e América do Sul.
Na Bienal De Par Em Par, Armando Menicacci ensinou a utilizar softwares licenciados que trouxe gratuitamente para os alunos, para programar imagem criando um streaming ao vivo e, como resultado, os participantes prepararam a performance “Imediações”. Sobre o título, ele explica: “Dentro da palavra tem ‘imediato’, de ‘midia’ e temos novas mídias dentro das ações, mas também ‘imediações’ como proximidade, ao redor, como o que está perto. Porque teleperformance é telepresença em geral, e teleperformance em particular é uma forma intermediária entre a presença e a ausência. Como falou Jean-Louis Weissberg em seu livro “Présences à distance.Déplacement virtuel et réseaux numériques” (Presença à distância. Deslocamentos virtuais nas redes digitais). As modalidades da presença em distância redefinem os modos culturais do encontro”.
Menicacci destaca também a importância da teleperformance em manter os artistas em atividade. “O que é interessante da teleperformance é primeiro a sua capacidade de deixar que os artistas possam continuar a criar, apesar dos teatros fechados, apesar da cultura ter tido uma grande dificuldade no mundo inteiro, então, para os artistas continuarem a criar, a interpretar, para também providenciar a eles uma fonte alternativa de renda. Para conservar o capital cultural dos artistas, que está se perdendo”, continua. Menicacci cita o exemplo de Quebec, no Canadá, onde 52% dos bailarinos querem parar.
BIENAL SEGUE ATÉ DOMINGO COM SEMINÁRIO E VIDEODANÇA
“Travessia” é o tema do Seminário TEPe na terça-feira, 09, às 15h. Uma voz pronuncia “Breath!”, repetidamente, enquanto lentamente se afoga. A peça faz referência ao protesto “I can’t breath!” de George Floyd, ao tráfico esclavagista (escravagista) Atlântico, aos refugiados que tentam entrar na Europa e morrem no Mediterrâneo ou em detrimento da violência policial. À peça sonora responde um eco visual em que performers escrevem com água nomes na areia e na terra (de pessoas escravizadas, migrantes e refugiados, pessoas negras mortas pela polícia). A autoria é de Thaís Gonçalves, Ana Mundim, Rui Filipe Antunes, Júnior Meireles e Ivana Motta. Nas Redes Confluentes, às 18h, serão exibidos trabalhos de videodança da Mostra REDIV – Rede Ibero-americana de Videodança e Mostra do Centro Coreográfico do Rio de Janeiro CCORJ.
Na quarta-feira, 10, às 15h o Seminário TEPe apresenta “1997|2004 Dança em Lisboa”, de Pedro Nuñez. Serão 30 minutos de apresentação e 30 minutos de conversa com o público, com moderação de Daniel Tércio, da ULisboa – Universidade de Lisboa, que é um dos coordenadores do seminário. Às 18h, na mostra Redes Confluentes, entram em exibição a Mostra Solar / Casa Hoffmann (PR) e Mostra Universitária Ibero-americana de Videodança: Midiadança/Cursos de Dança da UFC (CE).
Reconhecida internacionalmente como um dos grandes eventos de dança realizados no Brasil, a Bienal Internacional de Dança do Ceará, que teve sua primeira edição há 24 anos, em outubro de 1997, realiza desde 2008 a Bienal De Par Em Par, um desdobramento da consolidada edição dos anos ímpares. A 7ª edição da Bienal De Par Em Par, que seria em outubro de 2020, acontece excepcionalmente em um ano par, de 05 a 14 de março de 2021, com programação 100% online.
A VII Bienal de Dança / De Par Em Par é apresentada pelo Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), Lei Estadual Nº 13.811 – Mecenato Estadual. Agradecimento: Enel. Apoio: Lei Aldir Blanc (Governo do Estado do Ceará/ Secult-CE, Prefeitura Municipal de Fortaleza/Secultfor, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal), Consulado Geral da França para o Nordeste. Parceria: Quitanda Soluções Criativas e Fiocruz Ceará. Apoio institucional: Theatro José de Alencar, Porto Dragão e Porto Iracema das Artes. Realização: Indústria da Dança e Proarte.
PROGRAMAÇÃO
Dia 09/03 (terça)
15h – Seminário TEPe – Travessia
18h – Redes Confluentes – REDIV e Mostra do Centro Coreográfico do Rio de Janeiro CCORJ
21h – Atelier de Formação – Presença à Distância com Armando Menicacci (Itália) – Apresentação de performance de telepresença
Dia 10/03 (quarta)
15h – Seminário TEPe – 1997|2004 Dança em Lisboa
18h – Redes Confluentes – Mostra Solar / Casa Hoffmann (PR) e Mostra Universitária Ibero-americana de Videodança: Midiadança/Cursos de Dança da UFC (CE)
21h – Atelier de Formação – Presença à Distância com Armando Menicacci (Itália) – Apresentação de performance de telepresença
Dia 11/03 (quinta)
15h – Seminário TEPe – Pop-Up!
18h – Redes Confluentes – CCORJ
Dia 12/03 (sexta)
15h – Seminário TEPe – Infodemics
18h – Redes Confluentes – CCORJ, Solar e Mostra do Festival Internacional VideoDanzaBA (Buenos Aires/Argentina)
Dia 13/03 (sábado)
15h – Seminário TEPe – RESTO: no tempo, no silêncio, na escuta
18h – Redes Confluentes – Mostra Universitária e Mostra do Festival Internacional FiverTour (Espanha)
Dia 14/03 (domingo)
15h – Seminário TEPe – Dançar como árvore
18h – Redes Confluentes – REDIV, VideoDanzaBA, Fiver Tour e Solar