A Mostra Olhar do Ceará, um dos momentos mais esperados do 35º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, evidencia a força da produção audiovisual cearense. Em 2025, a mostra traz 14 curtas e 4 longas-metragens, selecionados por sua diversidade estética, temática e regional. As obras concorrem ao tradicional Troféu Mucuripe. A exibição gratuita será entre os dias 20 e 26 de setembro, no Cineteatro São Luiz e no Cinema do Dragão, em Fortaleza.
A Mostra Olhar do Ceará apresenta obras que transitam entre ficção, documentário, animação e formatos híbridos, retratando narrativas que vão do sertão ao litoral. O objetivo é valorizar a pluralidade de olhares que compõem o atual cenário do cinema cearense.
Longas e curtas selecionados
A Mostra Olhar do Ceará conta com os longas-metragens selecionados: “Bom fim”, de Rafael Vilarouca, um registro da tradicional festa em louvor ao Senhor do Bonfim em Icó; “Centro ilusão”, de Pedro Diógenes, que acompanha o encontro de duas gerações de músicos. Há também, “Resumo da ópera”, de Honório Félix e Breno de Lacerda, uma ficção política e futurista; e “Verbo ser”, de Nívia Uchôa, filme que traz relatos de resistência de ativistas feministas no Cariri.
Os curtas-metragens selecionados foram: “Acaso Revisitado”, de Felipe Camilo, que conduz o espectador a um monólogo sensível sobre afetos, cidades e carnavais; “Alheio”, de Pedro Paulo Araújo, filme que investiga a metamorfose como rito de passagem; “Do lado de dentro”, de Marina Hilbert, que narra três momentos marcados por memórias dolorosas no mesmo apartamento; “Estrangeiro”, de Edigar Martins, um mergulha na cultura reggae do Ceará para falar de pertencimento e diversidade.
Concorrem também na mostra os curtas “Faísca”, de Bárbara Matias Kariri, sobre o desaparecimento das onças em um território; “Fortaleza Liberta”, de Natália Maia e Samuel Brasileiro, que revisita o quadro que retrata a abolição na capital cearense. Também estão na competitiva, “Límite”, de Lucas Melo e Thamires Coimbra, uma ficção que intersecciona dependência química e experiências LGBTQIAPN+, passeando entre o surrealismo e terror; “Na estação das mangas, ela alimenta o bairro inteiro”, a construção de uma ficção a partir de arquivos e memórias. E o curta “Na peleja brasileira”, de Victor Furtado, que mistura humor e drama na vida de um artista de rua.
A seleção de curtas traz ainda a animação “O medo tá foda”, de Esaú Pereira; “Revoada”, dos diretores Tuan Fernandes, Gabrielle Neara e Dinorá Melo, que apresenta o voo de pássaros pintado quadro a quadro; “Secundária”, de Amanda Pontes, com reflexões de uma atriz durante um processo de seleção. Há também “Tempo trem”, de Roberta Filizola e Guilherme C., uma animação sobre memórias e o retorno de uma locomotiva; e “Vermelho de bolinhas”, documentário de Joedson Kelvin e Renata Fortes, uma abordagem sobre a complexa construção da imagem de Benigna Cardoso, vítima de feminicídio em 1941.
Sobre o Cine Ceará
Realizado anualmente de forma ininterrupta desde 1991, quando foi lançado como Festival Vídeo Mostra Fortaleza, o Cine Ceará adotou em 2006 o formato atual. Ele está voltado para a exibição de produções da América Latina, Caribe, Portugal e Espanha. Em 2025, o festival chega em sua 35ª edição, com toda a programação gratuita. O evento vai ocupar o Cineteatro São Luiz e o Cinema do Dragão, onde será exibida a mostra Olhar do Ceará. Além de mostras competitivas Olhar do Ceará, Brasileira de Curta-metragem e Ibero-americana de Longa-metragem, o festival realiza exibições especiais, mostras sociais, debates e homenagens.
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