Debates entre criadores, pesquisadores, autistas, filósofos, bailarinos, artistas das artes cênicas, da música, acontecem em seminário online promovido pelo Teatro da Boca Rica de 23 a 25 de fevereiro
“O que pode a arte? Afetos, Autismos, Artes” esse é o tema do seminário online que acontece de 23 a 25 de fevereiro, realizado pela Associação Educativa e Cultural Teatro Boca Rica. A proposta dos debates é contribuir com a formação e troca de experiências entre artistas e profissionais que cotidianamente tratam do encontro entre artes e autismos, seja no seu trabalho, de forma lúdica ou em família. O evento será transmitido sempre das 19h às 22h, pelo canal do Youtube e pelo Facebook do Teatro Boca Rica e as inscrições são gratuitas e certificadas.
Os debates permitirão o intercâmbio entre profissionais, pesquisadores, artistas, autistas, criadores, pois o foco central é a troca de experiências, vivências, projetos e criações. O seminário será gravado e depois transformado em um livro digital com lançamento online, e ficara disponível nas páginas e redes sociais do Teatro da Boca Rica e do evento.
A bailarina, professora de dança da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisadora de autismo articulado à dança e à arte, Rosa Primo, é uma das curadoras do projeto, ao lado de Charles Feitosa e Rejane Reinaldo.
Segundo a curadoria, existem pesquisadores, profissionais, como terapeutas e profissionais da saúde, e artistas da dança, teatro, música, artes visuais, audiovisuais com estudos voltados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), porém poucos se debruçam na relação entre esses campos, artes e autismos, e suas conexões poéticas, técnicas, metodológicas, éticas e afetos construídos e construtores. “Ao contrário do que acontece no campo da arte-terapia, ainda são escassas as pesquisas teóricas sobre a arte (dança, teatro, música) como prática artística com pessoas diagnosticadas com TEA”, destaca Primo.
O estudo do movimento dançando a partir da improvisação, ou seja, pelo viés artístico, direcionado a pessoas com TEA, tem mostrado que podem ser desenvolvidas habilidades sensoriais, motoras, sociais, emocionais e cognitivas. “A escuta, a espera, o silêncio, o desapego, a curiosidade e uma postura ética e estética são alguns dos aspectos trabalhados na relação dança e autismo”, ressalta Rosa Primo.
Os projetos desenvolvidos com autistas, sejam eles artísticos e/ou pedagógicos, trilham caminhos diversos e por isso é tão importante a partilha dessas práticas e dos resultados alcançados. “A dança, para ou com pessoas dentro do espectro do TEA, pode ser um espaço de protesto, inclusão, resistência ou denúncia. Pode ainda ser um lugar de transformação, contaminação, de uma estética que funda seus pilares arquitetônicos em uma certa maneira de ser, estar, perceber o mundo, no mundo”, comenta Rosa Primo.
PÚBLICO ALVO
A programação conta com alguns nomes importantes da criação e pesquisa da dança, teatro e música no Brasil, contextualizados na população dentro do espectro do autismo.
Tem como público alvo escolas de arte, principalmente as que tratam do autismo, instituições, clínicas, empresas, casas de apoio, escolas em geral, secretarias de saúde e cultura, CRAS (assistentes sociais), CAPS, universidades, cursos universitários de teatro, dança, música, pedagogia, fisioterapia, terapia ocupacional e afins.
PROGRAMAÇÃO
23/02 – 19h às 22h
Debatedora: Rosa Primo Gadelha
Palestrantes: Anamaria Fernandes Viana, Fátima Dourado com a participação do Grupo Neurodivergentes
24/02 – 19h às 22h
Debatedora: Rejane Reinaldo
Palestrantes: Cristiane Menezes Muñoz e Roberto Charles De Oliveira Feitosa
25/02 – 19h às 22h
Debatedor: Charles Feitosa
Palestrantes: Fábio Dória e Tavie de Miranda Ribeiro Gonzalez com a participação de Aline Vargas
IDENTIDADE VISUAL
A pintura que deu a base para criação da identidade visual é de Lucas Primo, de 8 anos, e a escrita originária da tipografia principal do tema “Afetos, Autismos, Artes” é de Arthur Pontes, também de 8 anos.
ASSINATURA DO SEMINÁRIO
O “Seminário Online: O Que Pode a Arte? Afetos, Autismos, Artes” é uma realização do Ponto de Cultura Escola Livre Teatro da Boca Rica. A curadoria contou com os profissionais Rosa Primo, Charles Feitosa e Rejane Reinaldo. É apoiado pela Secretaria Estadual da Cultura por meio do Fundo Estadual da Cultura, com recursos provenientes da Lei Aldir Blanc – Lei Federal n.º 14.017, de 29 de junho de 2020. A produção: VC Promoções e Eventos. Assessoria de Comunicação e redes sociais: Dégagé Comunicação. Jingle/Vinheta: F174 Studio. Designer: Adriano Mendes.