• fevereiro 22, 2018

“Volta ao mundo” com música, teatro e dança

Já faz um bom tempo que podemos visitar culturas de outros países, apesar das distâncias. A expansão da imprensa que vem acontecendo desde o século XX espalhou muitas informações, e a intervenção da internet permite uma experimentação espontânea de artes estrangeiras. Mas ver de perto ainda é a experiência mais humana possível, a arte que se constrói diante de si. Com a música, a gente pode até acreditar que é suficiente ouvir no spotify, mas dança e teatro… Em resumo, toda arte é mais expressiva se consumida de perto.

É por aí que surge o lindo propósito do Giro das Artes, uma simbólica viagem por diferentes manifestações culturais. Trazendo representantes da música, da dança e do teatro, o evento revive traços da Espanha, França e Suíça em espetáculos gratuitos no centro da cidade; suas pluralidades evocam, questionam e inspiram, de formas completamente distintas.

Começando pela Espanha, o aupaQUARTET se distancia do classicismo esperado de um grupo que tem como principal instrumento o violino. Os desavisados podem se surpreender com uma música que se desenvolve de forma enérgica, pulsante, entrelaçando as sonoridades possíveis das cordas finas. O show intitulado de “StepUP” traduz as influências que perpassaram a história do grupo, como Michael Jakcson, Sting, John Coltrane e James Brown, mantendo a identidade que surgiu disso.

Hamlet, de Boris Nikiti

Da Suíça, vem um Hamlet que se revolta contra a realidade – o quão artístico pode ser essa ideia? Um personagem que caminhou pela história da cultura por quase 420 anos, agora sob a criatividade de Boris Nikitin, um dos principais teatrólogos do país origem, de repente no Cineteatro São Luiz, visto a olho nu. Muita gente já visitou o diálogo do “ser ou não ser”, tão famoso até na cultura pop, mas o Hamlet de Boris propõe abrir essa reflexão naturalmente existencialista à discussão da individualidade, ilusão e a tão assustadora realidade.

Black Belt, da companhia Kubilai Khan Investigations

Da França, a dança. Tendo passado por mais de 60 países, a Kubilai Khan Investigations, traz nas costas 20 anos de atuação. A Fortaleza, a companhia traz “Black Belt”, que aposta nos ritmos e movimentos sobre uma África evocada para além do esteriótipo e da fantasia construída ao continente.

E quase como extensão do sentido da própria arte, o artista Herman Diephius, questiona o pode de transformação do intérprete – uma visão que vem da experiência de trabalho com coreógrafos experientes, como Régine Chopinot, Mathilde Monnier, Jean-François Duroure, Philippe Decouflé, François Verret, Jerome Bel, Xavier Le Roy e Alain Buffard.

Herman Diephius

Essa explosão de conhecimento acontece durante só quatro dias em Março, gratuitamente no Cineteatro São Luis, e já começa no sábado 02 de março. Além disso, o grupo aupaQUARTET vai aproveitar a estadia e “dar uma” de circo – fará uma residência artística na cidade do Aquiraz (40 km de Fortaleza) com estudantes de música do Tapera das Artes, associação voltada para o desenvolvimento social de crianças e adolescentes da região.

 

PROGRAMAÇÃO

MÚSICA
StepUP, de aupaQUARTET (Espanha) – Dia 02 de março, às 20h

TEATRO
Hamlet, de Boris Nikitin (Suíça) – Dias 11 e 12 de março, às 18h. No dia 12, às 14h, acontece uma demonstração técnica e bate-papo para artistas convidados. Interessados devem enviar e-mail para contato@quitandadasartes.com.

DANÇA
Black Belt, de Kubilai Khan investigations (França) e Tremor and More, de Herman Diephuis (França) – Data: 04 de maio, às 18h

Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 – Centro, Fortaleza-CE). Informações: (85)3235.4063