• julho 16, 2021

Freitas Cordeiro: Ode aos comerciantes, pelo dia que lhes pertence

Freitas Cordeiro: Ode aos comerciantes, pelo dia que lhes pertence

“As armas e os Barões assinalados

Que, da Ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca dantes navegados,

Passaram ainda além da Taprobana

Em perigos e guerras esforçados,

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram (…)”

Tivesse eu a capacidade poética de Luiz Vaz de Camões, quando na epopeia “Os Lusíadas” decanta os feitos portugueses, desenvolveria, neste 16 de julho, data consagrada aos Comerciantes, uma odisseia contemplando a trajetória desses heróis anônimos que, partindo das terras Fenícias, nos distantes idos do início da civilização, em perigos e guerras esforçados, ultrapassando os limites da força humana, passaram além da Tropobana e aportaram, inclusive, terras nordestinas, contribuindo para o desenvolvimento cultural, sociológico e tecnológico do mundo que se imagina civilizado.

Não bastassem as agruras do dia a dia, no enfrentamento de uma carga extorsiva de impostos e obrigações acessórias, concorrência globalizada, um mundo caótico agravado por uma burocracia extravagante e despropositada, os “guerreiros” foram surpreendidos pelos ataques mortais desferidos por um inimigo invisível, deixando a todos atordoados, porquanto não havia manuais que indicassem as mínimas técnicas seguras para seu enfrentamento.

Instalada a pandemia, louvados em eventos dizimadores de igual magnitude que castigaram a humanidade, no passado, buscaram elaborar protocolos de proteção preventiva, a partir da assepsia das mãos com o álcool em gel, distanciamento social e o uso de máscaras.

Por infeliz equívoco governamental, amparado em frágil base científica (discurso em moda), a categoria foi discriminada e estigmatizada como principal vetor da propagação do vírus, sendo-lhe imposta a pena da abjeta segregação social, em cárcere privado, com suspensão de suas atividades, sem que lhe fossem assegurados os mínimos meios de subsistência.

Hoje, esses “heróis sobreviventes” da pandemia fincaram um marco na história do comércio, pois não somente sobreviveram como, de resto, estão assegurando ao País um capítulo surpreendente de desenvolvimento, com um PIB projetado de 7%, para este ano.

Merecidos parabéns a tantos quantos compõem essa classe laboriosa, orgulho de toda Nação.

Freitas Cordeiro, presidente da Federação das CDLs do Ceará.