• maio 16, 2018

Pioneiros da animação nordestina no I Anima Ceará

Com o propósito de pôr em relevância os avanços da animação no Nordeste, o I Anima Ceará – Festival Nordestino de Cinema de Animação, Games e Web presta homenagem a dois artistas pioneiros no ramo: o artista plástico baiano Chico Liberato e o arquiteto cearense José Rodrigues Neto, ambos cineastas que ajudaram a desenvolver a linguagem do cinema de animação produzido na região. O festival acontece de 23 a 26 de maio no Cinema e Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, com toda a programação gratuita.

José Rodrigues Neto

Na noite de abertura do evento, às 19h30, no Cinema do Dragão, acontece a homenagem a José Rodrigues Neto. Dele será exibido na sequência o curta “Evoluz”, que no ano de seu lançamento, em 1986, foi recebido com

surpresa por contar uma história de temática indígena com a pluralidade de cores que acompanharia a animação cearense dali para frente. O filme foi premiado no II Festival de Fortaleza do Cinema Brasileiro pela trilha sonora, além de receber menção honrosa do júri.

Arquiteto, fotógrafo e um dos fundadores do Núcleo de Animação do Ceará, José Rodrigues Neto demonstrou interesse pelo cinema desde cedo. Formou-se como Cineasta de Animação e Operador de Câmera no Centro Técnico Audiovisual, setor que fazia parte da Embrafilme, empresa estatal extinta na década de 90. No curso, compartilhou do conhecimento de técnicos da National Film Board, do Canadá, estúdio que renovou técnicas de animação pelo mundo.

Chico Liberato

No encerramento do festival, dia 26, às 19h, o homenageado será Chico Liberato, de quem será exibido o longa-metragem “Ritos de Passagem”. O filme lançado em 2014 fala sobre a realidade sociocultural da vida áspera do sertão ao reunir Santo e Guerreiro, icônicos personagens nordestinos, numa jornada pelas memórias de suas vidas na Terra.

Chico Liberato é um dos pioneiros da animação nordestina, sempre rebuscando tradições regionais para contar histórias comoventes. Realizando curtas-metragens desde 1972, Chico lançou em 1985 “Boi Aruá”, o primeiro longa-metragem de animação da região CONNE (Centro Oeste, Norte e Nordeste) e o quinto produzido em todo o país. A obra recebeu da UNESCO o prêmio de “Referência de Valores Culturais para a Infância e Juventude”.

Chico Liberato é um exemplo de resistência brasileira, com o costume nato de produzir seus filmes com equipe local, a exemplo de “Ritos de Passagem”, que contou com quase 100 profissionais baianos, dentre atores, compositores e técnicos responsáveis.