• abril 2, 2024

14ª Bienal de Dança terá apresentação de espetáculo que resgata a identidade e os saberes indígenas

14ª Bienal de Dança terá apresentação de espetáculo que resgata a identidade e os saberes indígenas

A performance é uma homenagem ao premiado professor indígena Germano Afonso e toda potência que sua pesquisa representa sobre o céu e mitos dos indígenas no Brasil. 

Uma performance distópica em reconhecimento da identidade e saberes indígenas por meio de reconexão com a memória da terra e de seus antepassados. É como o cearense Edvan Monteiro, artista multilinguagem, define “O Chamado da Jandaia”, espetáculo que traz à XIV Bienal Internacional de Dança do Ceará, para duas apresentações. A primeira será em Fortaleza, no dia 3 de abril, às 19h, no Teatro Dragão do Mar, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará, gerido pelo Instituto Dragão do Mar, e a segunda em Itapipoca, no dia 5, às 20h, no Círculo Operário. Para a apresentação em Fortaleza, o acesso é mediante a apresentação de ingresso gratuito disponibilizado na plataforma Sympla. Em Itapipoca, o acesso é por ordem de chegada, respeitando a capacidade de público de cada espaço.

Realizada de 28 de março a 7 de abril, a Bienal de Dança é apresentada pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado do Ceará, Enel Distribuição Ceará e Petrobras, por meio do programa Petrobras Cultural, com programação gratuita em Fortaleza, Paracuru, Pacatuba, Itapipoca e Trairi. A programação completa pode ser consultada no site bienaldedanca.com.

 

O artista

Nascido em Fortaleza e residente há 15 anos em Santos (SP), Edvan Monteiro Jandê – Kodo é indígena descendente do povo Potiguara, de uma antiga aldeia chamada Mucuripe Açú, hoje conhecida como o Grande Mucuripe, em Fortaleza. É bailarino, performer, dramaturgo, professor de dança, coreógrafo, fotógrafo, videomaker, editor, cenógrafo. As práticas ancestrais sempre estão presentes em sua arte. É diretor da Cia Etra de Dança, fundada em 2001, e em 2006 lançou o Canal OitO, realizando produções audiovisuais com foco na documentação e fomento da videodança no Brasil, com programas e experimentos em videodança. Em 2017, criou em Santos a primeira Mostra Internacional de Videodança Vertical – MIVDV.  Dentro dessa trajetória, desenvolveu muitos projetos em diferentes formatos, sempre incluindo as artes visuais, tecnologia, ancestralidade e a natureza, buscando unir a arte “afrofuturista” e as “indigenafuturista” em seus processos de criação. Atualmente, tem uma pesquisa coreográfica dentro da astronomia cultural, ciência que estuda a produção de saberes sobre o céu atrelada às manifestações socioculturais dos povos, o movimento quântico, as danças ancestrais e os sonhos a partir da energia da psique.

 

Foto: Antonio Azevedo

O espetáculo

“O Chamado da Jandaia” é uma homenagem ao trabalho do professor Indígena Germano Afonso, que dialoga sobre como os indígenas vinculam o céu, a terra, mitos e com fenômenos associados, relacionando tais componentes com as suas práticas cotidianas. O professor foi reconhecido por sua produção científica com o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia e, em 2000, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro “O Céu dos Índios”.

No palco, Edvan representa um indígena que vem do ano de 2542 dentro de um processo de futuro e passado, atendendo a um chamado do presente, com o objetivo de encontrar seus parentes e com isso ele se depara com um mundo sendo destruído pelas invasões, destruição das florestas, guerras por recursos provocadas pela centralização destes nas mãos das grandes corporações, que causam enormes tragédias humanitárias e planetária. Através da construção do mapa cósmico (GPS indígena) desenhado em pedras no chão, o artista vai na busca de se reconectar consigo mesmo em sua ancestralidade iniciando então a sua diáspora, procurando pelos parentes, guiado pelos céus, pelas forças da natureza e acompanhado pelo chamado do pássaro Jandaia.

“Todo o processo dessa performance é uma busca de construir uma mensagem direta com o público, fazendo com que o espectador embarque nesse movimento, na dor, na força do organismo vivo se adaptando ao ambiente violado”, comenta o artista. Este projeto foi fomentado pelo Programa Funarte Retomada 2023 – Dança.

 

Ação formativa 

No dia 2 de abril, véspera da apresentação em Fortaleza, Edvan Monteiro vai realizar uma ação formativa, às 10h, no Instituto de Cultura e Arte – ICA, da Universidade Federal do Ceará. “TERREMOTO os caminhos de Peabiru” é o tema da atividade que será destinada aos alunos do curso de Licenciatura em Dança da instituição. O artista vai compartilhar sua experiência com as práticas de dança unidas à oralidade. Será uma vivência corporal e filosófica.

Apresentada pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado do Ceará, Enel Distribuição Ceará e Petrobras, por meio do programa Petrobras Cultural, a 14ª Bienal Internacional de Dança do Ceará é uma realização da Indústria da Dança, tendo como patrocinadores Cagece, Banco do Nordeste (BNB) e Petrobras, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio Institucional: Cineteatro São Luiz, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Hub Cultural Porto Dragão, Escola Porto Iracema das Artes, Theatro José de Alencar, Mercado AlimentaCE, Estação das Artes e Secretaria da Cultura do Ceará por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Mecenato). Apoio Cultural: Enel Distribuição Ceará. Este projeto conta ainda com a parceria do Consulado Geral da França em Recife, do Centro Cultural Companhia de Dança de Paracuru, do Sobrado da Abolição /Centro Cultural Eduardo Campos – Pacatuba, da ADUFC, Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará,  do Círculo Operário de Itapipoca, da Prefeitura de Itapipoca, da Prefeitura de Paracuru e da Prefeitura de Trairi, sendo realizado por meio do Edital de Apoio a Festivais Culturais do Ceará da Secretaria da Cultura do Ceará, via Lei Paulo Gustavo.

 

FICHA TÉCNICA – Espetáculo “O Chamado da Jandaia”

Concepção, coreografia e direção: Edvan Monteiro Jandé Kodo

Performance: Edvan Monteiro Jandé Kodo

Iluminação: Edvan Monteiro Jandé Kodo

Direção técnica: Ariadne Fernandes

Preparação teatral: Marcelle Lemos

Trilha sonora: Esporos e Cogumelo Selvagem e Zero Beto – Homem Sonoro

Assistência artística e movimento: Eduardo Fukushima, Ariadne Fernandes, Erich Monteiro e Tamara Tanaka

Fotografia: Antonio Azevedo e Juliana Casult

Vídeo: Canal Oito De Dança

Direção de produção nacional: Ariadne Fernandes

Assistente de produção Estela Vadja

Produção local: Nívea Jorge

 

Teaser:

 

Serviço

“O Chamado da Jandaia”, de Edvan Monteiro – Dia 3 de abril, às 19h, no Teatro Dragão do Mar, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, e no dia 5 de abril, às 20h, no Círculo Operário de Itapipoca, como parte da XIV Bienal Internacional de Dança do Ceará. Mais informações no site bienaldedanca.com e no Instagram @bienaldedanca. Informações: bienaldedancace@gmail.com.